quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Me and myself

Coisas que eu queria dizer...

- Emprego bom, daqueles que pagam bem, que você só faz o que gosta, que teu chefe te paparica e se ajoelha por você, uma pessoa talentosa e super inteligente, estar na empresa dele, só em sonho. Ainda mais em início de carreira. Então, cai na real, babe.

- Minha filha... Seja sincera consigo mesma. Olhe em volta. Os sorrisos que você dá por obrigação, o cara que você agüentou por falta de opção, a faculdade que você reza para sair, tudo isso é realmente o que você quis para sua vida? As amizades que você sai caçando, oferecendo qualquer regalo em troca de agüentar sua superficialidade, não irão te agüentar por muito tempo. E vai acontecer o que tanto seu coraçãozinho de papel crepom com glitter teme: ficar sozinha.

- Pessoas que se dizem “mente aberta” não deveriam ter preconceitos ou então ter poucos deles, ou eu tô enganada? Será que você se diz liberal e desencanado somente porque não quer que te condenem? É, porque na hora de condenar os outros... a língua é afiada.

- Querida, se ele não é fiel agora, não acredite que de uma hora pra outra vai dar um estalo no dito cujo e ele vai começar a te respeitar. Ou abandona o bofe, ou deixa de explodir de ciúmes à toa e assume a condição de corna.

- (Para o amor da querida) Tem gente que parece que tem fogo (é, lá mesmo onde você está pensando). Então, pare de se comportar como uma cadela no cio e não engana mais a pobre coitada. Ou melhor, não se engane. O que você sente por ela é amor? É? E não é o suficiente, ô matador? Se não for, já que você não tem coragem mesmo de honrar o que tem no meio das pernas e acabar com essa farsa, segura teu facho aí.


... masss como não sou lá a rainha da coragem, eu engulo meu refrigerante, faço ‘aham’ com a cabeça e sigo a vida em frente.

De Beatriz, ou de seu alterego, vai saber....

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu não sei em quem votar!

Eu nunca imaginei que um dia chegaria ao ponto de me sentir muito mal por isso... Não deixa de ter um lado bom: estou mais consciente! Talvez esteja me transformando numa cidadã digna deste título!

Eu não vou nem mentir dizendo que corri atrás para conhecer as propostas dos candidatos. Para falar bem a verdade, analisei aquelas que vieram até mim! E isso pode servir de dica para os políticos em suas campanhas! Mas quero salientar que quando eu falo destas propagandas, estou excluindo aquelas nos carros de som. Eu sempre penso: ‘Por que eu votaria em alguém que me deixou surda?”.

Quando estava praticamente certa de que votaria num tal professor... Antes de continuar esta frase, quero dizer que não colocarei nomes... Pois acho injusto, embora de justos eles não tenham nada, nomear os bois, contar seus defeitos, enquanto a boiada toda faz cagada!

Enfim, quando pensei que havia encontrado um bom candidato, uma pessoa que já fez alguma coisa pela educação em minha cidade, meu pai chega dizendo: “Olha... O professor me ofereceu álcool para votar nele... O que acha? Pegamos o álcool e não votamos ou não pegamos o álcool e não votamos?”. Ainda bem que ele não cogitou a possibilidade de votar nele...

Escolhi então um outro candidato. Este me pegou estendendo roupas no varal, ainda de pijamas, em pleno domingo e sentou na escada da cozinha para contar que vai lutar pela implantação de um centro de atendimento para uma doença específica, porque tem um filho com este problema e sempre enfrentou dificuldades para tratá-lo na cidade. Ele é médico, tem dinheiro e disse que se preocupava com as pessoas menos favorecidas. Conto da Carochinha para embolsar um salário a mais no final do mês? Não sei, afinal, ele não precisa disso para se manter...

Novamente, quando meu voto era dele, fui olhar na internet a declaração dos seus bens. Vocês não vão acreditar, com o meu salário, ou melhor, com menos do que o meu salário, eu posso comprar um terreno rural de 74 alqueires na cidade de Cruzeiro do Sul! Não acreditam? Nem eu acreditei! Mas o terreno que este candidato tem vale apenas R$ 700 (vou escrever para garantir que não haverá dúvidas: setecentos reais)!

Decepcionada, resolvi olhar a declaração de outros candidatos que eu cogitei escolher... Qual não foi minha surpresa ao perceber que com meu mísero salário eu poderia ter centenas de cotas de sociedades em empresas, pois muitos candidatos as possuem e elas valem apenas um real! É possível também ter apartamentos por R$ 500, terrenos e casas em ruas centrais da capital paranaense por R$ 350...

Depois, para completar minha tristeza, li uma coluna na Gazeta, de cujo autor não me recordo, na qual ele afirmava que a corrupção existe e é necessário votarmos nos corruptos, pois eles sim farão alguma coisa pelo povo, afinal, se perderem na eleição seguinte perderão muito, enquanto os honestos, se houver algum, terão apenas um salário a perder.

E agora José, João, Joana, Beatriz, Carolina, Maria?

Helena

PS: Quanto ao álcool, o tanque está praticamente cheio, então, ainda não decidimos... Nem sabemos se dará tempo de esvaziarmos o tanque antes da eleição! Talvez um quarto?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A virgem e o cronista

- Alô?
- Oi, Veríssimo? Quero falar com você sobre um problema.... Um problema quase social...
- Quem é você? Às duas da madrugada? Como tem meu telefone?
- Nada disso importa... – diz a interlocutora com um sotaqueestranhíssimo – Já assistiu àquela peça em que o personagem fala isso?– o silêncio a faz ter certeza de que ele não viu e não está interessado na peça – Mas deveria ver, é muito boa! Muito engraçada...
- Eu vou desligar...
- Não, não faça isso... Eu sou uma boa história...
- É?
- É... Sou virgem...
- E daí? Todas as mulheres nascem assim...
- Mas faz 30 anos que eu nasci....
- E você quer que eu te coma?
- Não! Credo! Que nojo!
- Nojo?
- Não... Quer dizer, sim... Sei lá! Eu não quero dar pra você... Maseu quero dar pra alguém...
- E você quer que eu indique um amigo então? Este tipo de coisa pega mal se eu indicar alguém... Sabe? É aquele tipo de função que um homem não pode delegar a outro...
- Aff! Não... Você não entende nada...
- Não mesmo! Você me liga de madrugada, me diz que é virgem, mas não quer que eu te coma, e exige que eu te entenda...
- Você quer dormir? Eu ligo pro Cony....
- Não, já perdi o sono...
- Na primeira vez que eu estava disposta a dar, eu dormi...
- Que cara incompetente!
- O quê?
- Eu não disse nada...
- Então, como eu ia te contando, a maconha me deu sono...
- Era só o que faltava... – diz indignado o cronista do outro lado da linha – Fumou um baseado hoje também?
- Não! Você entende tudo errado! Fumaram perto de mim! Ele foi aobanheiro e quando voltou eu estava apagada... Acho que o cheiro me fez mal...
- E daí desistiu de dar Bela Adormecida?
- Perdeu o clima...
- Eu sei...
- Sabe?
- Não... Quer dizer... Agora, por exemplo, perdi o sono...
- Você está comparando tesão com sono?
- É... Não... Talvez...
- Depois ninguém mais tentou... Tipo assim, tentou de verdade...
- E o que é tentar de verdade?
- Ahh... Vai querer que eu te fale da minha intimidade?
- Olha quem fala de intimidade?
- Você quer que eu fale sobre a mão dele na minha calcinha?
- ...
- Mas eu não vou falar... Pode perder as esperanças, está achando queisso aqui é disk sexo??? Então, depois deste da maconha, como uma vingançado destino, foi o cara que dormiu e eu fiquei na mão... Na verdade, nem na mão...
- E o que eu tenho a ver com tudo isso?
- Nada, só quero que você escreva uma coluna sobre o meu karma.
- Virgindade agora é karma?
- É... depois de uma certa idade, uma faculdade e outras formações...
- Você é bonita?
- Sou inteligente, se é que me entende...
- Hmm...
- Por quê?
- Sei lá... Já tem meu telefone, talvez queira meu endereço...
- Mas é muito audacioso mesmo! Eu liguei só para te dar uma boa história...
- E porque decidiu dar para mim?
- Quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu não quero dar para você? – disse a virgem pau-sa-da-men-te para garantir a compreensão.
- Eu to falando da história!
- Ah! Porque eu gosto do jeito que você escreve.
- Então você quer que eu publique esta história?
- É... mas tem que ficar engraçada...
- Você acha engraçado ser virgem com esta idade? Eu acho um tanto 'trágico'...
- Pois é... Mas é engraçado... Eu tenho uma amiga devoradora de pintos...
- Meu Deus! Onde será que nós vamos chegar?
- Nós não nos falamos há anos....
- Por quê?
- Por falta de assunto... Então, você vai publicar a minha história?
- Não sei.. Tenho que pensar, achar um gancho...
- Ta bom... Vou ler sua coluna depois de amanhã porque a de hoje já está nas bancas.
- Aham... E se pensar melhor, talvez eu possa ajudar, ligue de novo...

Dois dias depois, a coluna mais lida do jornal: "A incrível história dadevoradora de pintos". Ela leu a coluna sem acreditar no que via: uma história ridícula sobre uma ninfomaníaca insaciável que se dizia mal-comida... E no final da história, dizia o cronista: "Era uma mulher muito sozinha. A única a amiga que teve era uma velha virgem, com quem não falava há anos por falta de assunto".


Inspirada por uma conversa entre as mulheres de Atenas,
Helena

domingo, 14 de setembro de 2008

Com a licença poética...

Martina e Claudia

Martina e Claudia costumavam dizer que eram infinitamente amigas. Colegas de faculdade, encontravam-se sete dias por semana. Sabiam tudo uma da outra, desde a aquisição de calcinhas novas às crises familiares. Davam-se bem, além de tudo, porque adoravam conversar e beber juntas. Noites de sábado repletas de vinho e fofocas. Para quê homens, infantis, estúpidos e entendiantes, quando se tem grandes amigas?
Claro que nas devidas proporções. Não eram lésbicas, afinal, havia nos homens uma peça fundamental da qual só eles dispunham. E às vezes iam a festas, nas quais dividiam ainda mais histórias. Na metade da noite cansavam-se das rodadas de tequila, paravam no balcão e observavam a festa com rigor acadêmico. Era sua maior diversão. Aos seus olhos, os passos de funk tornavam-se ritos coreografados da dança do acasalamento, os caras que perseguiam as mulheres eram machos predadores. E Martina e Claudia se recusavam a desfilar como se estivessem na vitrine de um açougue, para serem aprovadas ou não por exemplares nada exímios do sexo oposto. As noites acabavam mais cedo, mas sempre havia muita gargalhada para passarem o domingo.
Tinham tido pouco amores para rechear o currículo. Martina dizia que todas as suas histórias de amor juntas não davam um curta-metragem. Claudia tinha uns amores aqui, outros acolá, mas sempre desprezíveis. No terceiro encontro, via que não dava mais. No início da faculdade, ela e um colega tinham feito a babaquice de trocar uns beijos. O irmão havia lhe aconselhado: nunca, jamais, fique com colegas de faculdade. Ou vira namoro ou vira um estorvo para quem você tem que olhar na cara pelos quatro anos.
Aurélio era baixinho, metido a besta e tinha um sotaque mineiro misturado com um paulista arrastado que não atraía Claudia de maneira nenhuma. Mas enredaram-se numa história cheia de idas e vindas, sem ninguém se assumir, com direito a copos de cerveja na cara, declarações públicas de ódio recíproco, provocações de ciúmes e até uma trágica festa de aniversário dela, em que ele beijou outra, para protesto de todos os amigos presentes.
Tapas e beijos que duraram anos. Para ela, restou o asco. Achava que a recíproca era verdadeira, até que descobriu, no fim do quarto ano, que Aurélio nutria um sentimento mais profundo. Ele achava que Claudia era a mulher da sua vida.
Ela sabia disso porque Martina lhe contou. Era para ela que ele declarou, depois de umas rodadas de chopp, que não conseguia esquecer a “garota cheia de nove horas”, como ele se referia a Claudia, que nem deu ouvidos para a história que a outra lhe contava. Pelo contrário, dava gargalhadas.
Sem os encontros presenciais da faculdade, o sentimento virou pó. Foi só numa noite de sábado, dois anos depois de formadas, regadas a vinho do Porto, que o fantasma de Aurélio apareceu, para minar a irmandade das amigas.
- Esse cara do filme me lembra o Aurélio... disse, sonolenta, Claudia.
- Nossa, o Aurélio. Há quanto tempo a gente não fala o nome dele. - respondeu Martina.
- Graças ao bom Deus!
Depois das gargalhadas habituais, Martina coçou os olhos e falou, assim, como quem conta uma história corriqueira:
- Ainda lembro dele se lamentando comigo. Tinha uma época que ele aparecia na minha casa todo dia, um dia até chorou. Eu o proibi um monte de vezes de ligar na sua casa ou de chegar para falar com você nas festas. Ele falava que não conseguia viver sem você. Que queria te ligar, aparecer na sua casa de madrugada, que acordava à noite aflito sem dormir e só você vinha na mente dele. - riu.
A outra ficou em um longo silêncio. Depois, virou para a amiga e perguntou firme:
- E por que você nunca me falou isso?
- Isso, o quê? Claro que falei, boba. Disse um par de vezes!
- Não disse não! Você disse que um dia ele, bêbado, veio se queixar. Essa história de ir na sua casa, todo dia, de não conseguir dormir sem mim, isso você nunca havia falado!
- Ah, você não ia dar bola mesmo... Eu disse para ele desencanar.
- O quê? E agora você quer decidir as coisas por mim? Em um caso desses é comum a gente pelo menos contar para a pessoa, para pelo menos ela saber o que acha e aí então tomar uma decisão! Se eu não queria nada com ele, era meu direito dizer isso para ele! Mas peraí... Só pode ter uma explicação. Você me contaria tudo, como sempre faz, a menos...
- A menos que o quê, Claudia?
- A menos que você fosse apaixonada pelo Aurélio, Martina! Você era?
A outra não respondeu. Ficou em silêncio, desviando o olhar da amiga.
Claudia apanhou as coisas e saiu. Nunca mais se viram, nunca mais trocaram uma palavra.

da inspirada por uma conversa das Mulheres em uma madrugada de sábado, Beatriz

domingo, 31 de agosto de 2008

Coisas de mulher (e não só.. )

Há algum tempo venho pensando sobre algumas coisas em relação a nós, mulheres. Não só as de Atenas, digo no geral, no gênero feminino. E me pergunto, puta que o pariu, porque tem que ser tão difícil essa vida de mulher? E não é mais uma “ladainha feminista?”, não! Falo sério! É em tudo, desde relações sociais, já ancoradas no machismo e blá blá blá, isso já vem mudando há muito tempo, mas num ponto ainda saímos perdendo..

Mulher é emotiva, sentimental, preocupada com tudo e todos. Mulher é uma máquina extremamente complexa, que depende de uma engenhosa engrenagem pra funcionar – permitindo-me a metáfora. Enfim, não é fácil ser do sexo feminino!

E aí, em busca de algumas explicações, e dialogando com algumas pessoas que sabem muito mais do que a simples Carolina, cheguei a algumas constatações (obviamente que nenhuma descoberta), que me fizeram e me fazem a olhar as coisas de formas um pouco mais relaxadas, digamos assim.

O que nos diferencia dos homens? De forma escancaradamente simplificada... o sexo, é claro. Sim, o órgão feminino e o masculino. Aí começa a diferença de tudo: para o homem é tudo pra fora e para a mulher é tudo pra dentro, you know?!

Simmmm!! Por que dizem que pra mulher é tudo mais complicado? Nós dizemos, os homens dizem... Mas, quer saber?? Tudo é mais complicado mesmo, mas não por nossa culpa, pela própria anatomia humana. Querem ver?

Então, em relação a descoberta da sexualidade, ao início da vida sexual, ao sexo, ao prazer. Pro homem é muito mais simples, pois ele já nasce com a sua genitália exposta, ele convive com ela o tempo inteiro, tem que pegar pra fazer xixi, na hora de coçar, a todo o momento isso ta muito visível pra ele, praticamente na mão – sem trocadilhos.

Ahhh!! Mas pra mulher não, as coisas são mais escondidas, não precisamos conviver com a nossa genitália, enquanto crianças e até uma certa idade ela praticamente não existe, a não ser pelo fato de que usamos pra fazer xixi, mas até aí o contato é indireto, a secamos com a intermediação de um papel. Entendem?!

Por isso a demora da mulher se descobrir mulher, da dificuldade das mulheres acharem o seu prazer nas relações, e tudo o mais. Tudo é mais velado, e sorte das mais ousadas que não se reprimem e partem para a descoberta, e o azar das outras reside no fato de se nascer mulher e por algum motivo, ou outro, demorar a se descobrir e muitas vezes não se descobrir nunca. Quem nunca ouviu a história da vovó que só serviu para a ‘procriação’?

Sei que esse assunto é muito mais complexo do que certas toscas constatações, mas garanto que as mulheres sabem muito bem o que isso significa. Depois de tudo tive pensando que uma nova disciplina deveria entrar para o currículo de todos, sem exceção, meninos e meninas, desde cedo, é a educação sexual. Não só o fato de aprender a colocar a camisinha na banana, mas a lidar com a sexualidade não como algo pavoroso, mas que faz parte da vivencia humana, pra quando chegar na vida adulta ter tudo mais claro e resolvido.

Foi-se a época em que o prazer era negado pela igreja, e muito menos vivemos em tribos africanas que as mulheres tem o seu clitóris cortado de seu corpo. O ser humano é o único ser dotado de mecanismos que podem levar ao prazer, no ato sexual, porque então negar isso, tem que mais é se conhecer, mulheres não deixemos que a anatomia nos prejudique ainda mais.. por favor!!

Bem, mas depois de tudo onde eu quis chegar?! Well, no fato de que somos mais encucadas que os homens, e somos mesmo, quer saber?! Mas tudo isso acima é o que nos forma, então, entendam – homens – pra gente é mais difícil mesmo, mas nem por isso nos faz coitadinhas... O negócio é ter claro algumas coisas – e isso é uma delas – e tentar levar da melhor forma possível. Conhecimento é chave de tudo – o meu e o seu.

ps. Praticamente o Jairo Bauer falando.. hahahahaha

mas tudo bem.. vcs me entenderam, né.. ou não!?

bjs e
até,

Carolina.

domingo, 17 de agosto de 2008

Lutando por um chocolate

Furei a fila de novo para mostrar aquele tipo de coisa inútil mas que nos chamam a atenção por algum motivo... Recebi de um amigo este questionáriozinho e em vez de mandar para todo mundo, resolvi colocar aqui. Este é o tipo de coisa boba que nos faz pensar para onde estamos indo. Quase um epitáfio...
Parece idiota, mas sofri para responder!
Então, fique à vontade e saiba um pouco mais sobre a Helena.... e se quiser falar de você, responda também!

Eu quero: amor (em vários sentidos: amor de namorado, amor pela profissão, amor pela vida etc e tal)
Eu tenho: um diário que só eu leio
Eu acho: que as coisas só acontecem comigo
Eu odeio: a solidão
Eu sinto: saudades
Eu escuto: Nando Reis, Marisa Monte e O Teatro Mágico - e hoje tem uma rã coachando perto da minha janela
Eu cheiro: a um perfume que foi feito especialmente para mim (chique né?)
Eu imploro: que um dia eu tenha dinheiro suficiente para morar em Nova Iorque
Eu procuro: um namorado (huahuahua alguém se habilita?)
Eu arrependo-me: de não tê-lo beijado naquele dia, naquela foto
Eu amo: andar de bicicleta, sem rumo e ouvindo O Teatro
Eu sinto dor: quando eu vejo os sonhos morrerem (como quando vi o Diego Hypólito caindo e chorando)
Eu sinto a falta de: dinheiro
Eu me importo: com este mundo maluco em que vivemos
Eu sempre: choro antes de dormir
Eu não fico: satisfeita com menos do que eu esperava
Eu acredito: em Deus (com todas aquelas dúvidas que você sabe)
Eu danço: qualquer coisa se estiver com um 'pé-de-valsa' bem disposto a ser pisoteado (com ou sem hifen?)
Eu canto: quando estou dirigindo sozinha
Eu choro: (quase) sempre que sinto vontade
Eu falho: todos os dias
Eu luto: por um chocolate
Eu escrevo: diariamente (e às vezes secretamente) sobre minhas amarguras, alegrias, angústias e silêncios
Eu ganho: pouco
Eu perco: o amigo, mas não perco a piada (chavão, eu sei!)
Eu confundo-me: com as pessoas
Eu estou: magoada
Eu fico feliz quando: estou rindo com as pessoas que gosto
Eu tenho esperança: de ser uma profissional bem sucedida
Eu preciso: de dinheiro
Eu deveria: fazer dieta
Eu leio: menos do que gostaria
Eu sou: sincera
Eu faço: um macarrão como ninguém!
Eu vivo porque: tenho esperança no futuro
Eu tenho medo de: falhar
Eu desejo: uma certa pessoa

E eu poderia aumentar, mas sei que você não teria a paciência de saber mais sobre mim...
Mas, para finalizar:
Eu espero que: você tenha gostado e refletido sobre o que nós somos e para onde vamos...

Um abraço da azeda, mas nem tanto,
Helena

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Fulana de tal, no mundo real...


"Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa." Fernando Pessoa

Desde pequena Carolina pensava como seria sua vida adulta, podem me dizer que isso é comum entre todas as pessoas, mas, por outro lado, posso dizer que ela sonhava demais, e demasiadamente sonhando levava seus pensamentos às alturas. Imaginava o par perfeito, no lugar e no tempo exato - e de quebra com a trilha sonora que tocava na única rádio da cidade vizinha, considerando ser a perfeita.

Sonhava com o emprego em que seria reconhecida como grande profissional. Sendo grande profissional imaginava a casa modesta, não era de luxo. Modesta, mas só dela. Sim, adorava pensar que seria independente como certas mulheres que via em filmes ou novelas baratas.
Algumas vezes, Carolina se pegava aos prantos na janela olhando o infinito e escutando aquela música – aquela perfeita da rádio – e o momento em que estaria descendo uma escada e pulando nos braços daquele menino por quem escondia paixão platônica, como de costume.

Seu sonho sempre foi ver colado na testa das pessoas uma plaquinha, tipo um letreiro eletrônico, onde constaria o que cada pessoa achava sobre a menina Carolina. Cada detalhe, cada adjetivo. Para os de fora, percepção óbvia do que viria a ser sua extrema preocupação pelo que os outros pensavam dela – pobre criatura.

Um dia Carolina leu em qualquer canto que as pessoas que sonhavam demais eram medíocres, pois não viam na sua própria volta o que as cercava e que poderia ser tão bom quanto os sonhos. Mas aí já era tarde, Carolina sonhava, e depois de cada sonho vinha a frustração de não realiza-lo, ou pior, de achar que poderia fazê-lo sempre de forma diferente com aquilo que acontecia.

Mas não era culpa dela, afinal, quem ensinou Carolina a viver sonhando e perder a vida nos sonhos? Naquela altura ela não sabia mais, estava envolta em coisas que não tinha se dado conta que havia feito, e nem até onde tinha chegado, porque ela nunca esteve lá... e nem cá. Ela era apenas mais uma fulana de tal, perdida no mundo real. Era aquela Carolina que continuava esperando na janela.


Ps. Depois de longo período distante,

Carolina, como sempre, a do Chico.