sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eu quis comer você

Uma vez escrevi o seguinte - naquela parte do perfil do Orkut onde você deve responder o que aprendeu com relacionamentos anteriores: “Calma, baby! Um convite para um encontro não é um pedido de casamento, muito menos uma declaração de amor”. Tanta era a raiva do cara que recusou uma proposta pra tomar um suco comigo num lugar descontraído.

A gente erra quando fica imaginando coisas muito além do que elas são, admito! Mas tenho um ódio profundo dos seres que acreditam que isso é regra. Quem disse que o convite do suco não era apenas um suco mesmo? Por que o medo de conhecer quando se é um ser sociável?

Da próxima vez que te fizer um convite seja simpático e sorria, porque talvez eu queira comer você, depois do suco, é claro!

# http://www.youtube.com/watch?v=-cwY7UG8jIU (não tinha o link no MP3tube)


Luiza.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eu quero ser Drew Barrymore!

Ela é linda, tem uma estrela na calçada da fama, tem dinheiro, tem 33 quando aparenta 18, já escreveu um livro, seus avós são atores de ótimos filmes, recebeu vários prêmios e já beijou (ao menos tecnicamente) muitos dos atores mais lindos que andam por aí...

Drew Barrymore e suas lindas histórias de amor estão me perseguindo... Em 15 dias, assisti a três filmes com ela. Daqueles que sabemos que não acontecem na vida real, mas nos deixam com uma vontade tremenda de que sejam verdadeiros... Daqueles que você jura que não vai suspirar, mas não se segura quando ela beija o mocinho no final. Daqueles que você não deveria estar assistindo porque precisa trabalhar, ler, limpar a casa, mas não levanta do sofá.
O que não é o melhor, mas é aquele com o qual a minha vida mais se identifica é “Ele não está tão a fim de você”. O nome já diz tudo, nem preciso explicar. Porém, o filme terminou melhor do que as histórias relatadas no livro e isso me deixou um pouco insatisfeita, afinal, as pobres mulheres que não leram o livro deixam o cinema com aquela ponta de esperança de que um dia isso tudo vai dar certo.
Para Drew Barrymore, tudo termina bem. Eles sempre são lindos e se não são tem aquele charme ao qual ninguém resiste. Eu, ultimamente, não busco charme nem beleza. Basta um perfil no orkut que não conste a palavra ‘casado’ na descrição... Quem sabe um chat com o nick ‘coração solitário’ dê certo! (Aff... a situação nem é tão horrível assim!).
Na verdade, na maioria das vezes a Drew Barrymore me irrita. É irritante esta folia de sempre ter que chamá-la pelo nome completo. Mas não consigo dizer apenas Drew... Não somos assim tãoooo íntimas!!! Ela faz papéis de adolescentes, quando sabemos que já passou dos vinte há algum tempo...
O melhor de tudo, é que ela é artista de cinema, não de novela! Tudo acontece instantaneamente! A parte ruim é que o que é bom dura pouco, mas o que não é tão bom assim passa logo!!!
Amor em jogo, os garotos da minha vida, como se fosse a primeira vez, nunca fui beijada, afinado no amor... Só filme estilo ‘sessão de sábado’... Eu gosto dos mais filosóficos, alternativos, mas não resisto à Drew e suas love stories...

Aiiiii gente!!!! (Se não leu esta exclamação com a ênfase que merecia, leia novamente!) Bem no fim, I don’t wanna be Drew Barrymore! Ela também está solteira!!!!

Terezinha Barrymore

terça-feira, 19 de maio de 2009

Questão de ângulo

- Não estou a fim de vê-lo hoje. sei lá, já estou de pijama... Mas queria que ele viesse! Que ele tivesse vindo me ver! Insistido para me encontrar! Dito que me ama! Paradoxal? Eu sou.
- Hahaha Você é demais para ele. E até para mim.
- Meu problema é que me acho muito. Muito pouco.
- Vou repetir. Você é demais.
- Eu sou o verme do cocô do cavalo do bandido.
- Você é o perfume da princesa roubada pelo bandido a cavalo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Acordou meio “em crise”

Ela acordou meio em crise. Na noite anterior nerdeando pelos chats desse mundo virtual, deparou-se com fatos que a levaram acreditar que cada número à esquerda alterado na somatória da idade de uma pessoa, surgia uma nova crise.

Ouviu e enxugou lágrimas de amigos e conhecidos dos vinte e poucos, dos trinta e poucos, dos quarenta e poucos, dos cinqüenta e poucos... ok, já era o suficiente. Depois disso, não com muito custo, iniciou um curto processo de sistematização:

- Os jovenzinhos, dos vinte e poucos reclamavam da crise (existencial, que fique claro!): era a dúvida pela escolha do curso superior certo, seguida pela procura de emprego, vontade de sair de casa e achar um cantinho longe da asa da pobre mãezinha protetora, sede e pressa de ver as coisas todas ajeitadas, e tantas outras inquietações.

- Depois... Ahhhh! Os trinta e poucos. Empreguinho conquistado – tá, não é lá essas coisas, mas enquanto não surgir outro, tudo bem! Correr atrás de aperfeiçoamento, com muito custo tentar a conquista da promoção no empreguinho e, “por favor, tenho que arrumar um companheiro (a), afinal quero ter filhos!” “Cadê esses homens??? Cadê essas mulheres, só querem usar e jogar fora???” “Bá, o tempo está passando rápido demais...”

- “Já é hora de fazer plástica? Tirar as gordurinhas? Começar a academia? Comprar a última versão do creme antirrugas??” Põats!! Chegou os quarenta e poucos. “O emprego não foi o que eu desejei quando entrei na faculdade. Acho que poderia ter feito outro curso”. “Amanhã começo a pensar no meu plano de aposentadoria, afinal, corre o tempo...” “Ahhh, e esse companheiro (a)? Bem que minha mãe avisou...”

- Nos cinquenta e poucos? “Eu poderia ter feito tantas coisas, porque não fiz tudo diferente”. “Ahh, se eu tivesse convidado aquele menino pra tomar um sorvete na lanchonete, andar com a gente, me ver de perto, ouvir aquela canção do Roberto”. “Ahh, se soubesse antes o que sei agora”.

Exausta voltou do exercício mental, fez uma xícara de café e foi sentar-se ao sofá. Não era possível reduzir TUDO a isso de agora pouco. Puxou um livro de poesias que estava sobre a mesa de centro e abriu uma página aleatoriamente. Suspirou. Estava lá, uma boa resposta. Nem sempre é preciso pensar em tudo sozinha:

“e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e olhando nos meus olhos

acho que ganhei o tempo
de lá para cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando”
[V. Mosé]

Luiza.

sábado, 2 de maio de 2009

Orgulho e medo

Queria te dizer, especialmente hoje, que admiro você, pai. Que eu te levo a sério, sim. Que o teu trabalho, para mim, é motivo de orgulho. Que essas frases cheias de vírgulas são para reforçar que eu sinto um amor muito grande pelo meu, sempre, herói. E que embora esse amor seja expresso de uma forma, quase sempre, reticente, para os outros o que aparenta é que ser sua filha é uma das coisas que mais me orgulha. É o pedaço mais gritante de mim.
Eu sei, pai, que você me ama. Ama a todos nós. Mas esse amor exacerbado, embora não seja sua intenção, imprime um medo muito grande em mim. O medo de te decepcionar. Por te admirar tanto, por saber do esforço em nos dar sempre o melhor, tenho medo de não corresponder a um pingo das expectativas que você tem sobre mim.
Deve ser por isso que, na minha própria vida, sempre acho que não é o suficiente. Nunca está bom, sempre poderia estar melhor. Sempre estou me cobrando, para chegar a ser um terço da imagem que você me projeta. Para alcançar os objetivos que você gostaria que eu conquistasse. A imagem da filha bem sucedida, que te ajudará a ir mais longe.
E se eu não ajudo, pai, se eu não tento, é por puro medo de não dar certo. É por medo de me frustrar e, principalmente, de te decepcionar.
É por isso, pai, que eu aparento não ligar para o seu trabalho, para os seus feitos, para seus malabarismos constantes a fim de continuar existindo com dignidade nessa terra de loucos.
É porque eu te amo. E quero que você acredite que, senão deu certo, é porque eu não tentei. Se tentasse, com certeza conseguiria.

Ass: Rosa, filha de meu pai

P.S. Desculpe, Luiza. Não consegui sair do carma da tristeza.