segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os trogloditas, infelizmente, não são uma espécie em extinção

Eles estão por toda a parte. À caça dos pares de coxas mais grossos, dos glúteos mais firmes, dos seios que se revelarem mais salientes debaixo das blusas. Ou não. Estão atrás de qualquer dona de saia, de qualquer uma ao alcance das mãos e daquelas que buscam num troglodita a felicidade do pós-festa. A felicidade de contar, mais tarde às amigas, quem e quantos foram os pegas da noite anterior.
Eu não tenho o menor orgulho de ser o sexo frágil. Não quando você se vê vulnerável diante das mãos em polvorosa de homens sedentos. Sou mais, muito mais que essa roupa justa. Sou mais, muito mais que o meu decote. Olho para minhas mãos pintadas de vermelho, observo meu reflexo no vidro dos carros e tento imaginar quem poderia imaginar o que há por trás dessa imagem deparando-se apenas com a imagem. Os trogloditas não querem saber o que eu li, se tenho tiradas inteligentes, se meu sonho é rodar o mundo, se meu pulso reverbera em garra e força. Eles se valem de sua aparência por vezes bonitinha, da insistência, da força e o pior: valem-se da retrógrada ideia que não resta à mulher outro destino que se entregar. Elas deveriam é agradecer.
Dessa fragilidade eu me abstenho. Ser frágil não me faz mulher, não mesmo.

Lígia

4 comentários:

Mulheres de Atenas disse...

Acredito que os trogloditas aumentam exponencialmente a cada dia. Que tristeza!!!

Lola.

Leonardo Xavier disse...

Eu realmente concordo plenamente com o texto. Tem gente que diz que isso é modernice, mas eu acho mesmo que é do tempo das cavernas.

Mulheres de Atenas disse...

Sempre achei que eu fosse sensível demais e que os trogloditas eram apenas excesso de sensibilidade...
Lily

Luis Fabiano Teixeira disse...

Olá, obrigado pela visita. Aproveitei bastante, sim. Bem, existem esses caras mais truculentos, que se orgulham de exibir a sua "caça", não os defendo em hipótese alguma, mas as mulheres também precisam ignorá-los. Beijos