sábado, 31 de janeiro de 2009

O silêncio seu

Eu não preciso ser muito esperta para saber o que signfica seu silêncio. Bem, na verdade, é melhor usar no plural. Os seus silêncios. Eles simbolizam que, além de ser reticente e optar por escutar ao invés de falar por falar, você não quer dizer. E eu sei que isso é muito significante.
Por isso, imagino que me ver todos os dias é algo que deva incomodar bastante seu silêncio. É uma afronta até. É como obrigar o silêncio a se curvar, a contragosto, ao gesto da fala.
É preciso falar, nem que seja um bom dia. É preciso conviver, assim são as convenções.
Achei que só teria de você o seu silêncio. Mas hoje, justo hoje, você o quebrou, não nas linhas naturais, mas não deixou de ser uma quebra. Você rompeu o silêncio para mostrar que esse jogo contiuará a valer, pois a gente nunca perdeu os dados. É hora de limpá-los, jogá-los para o alto e recomeçar a competição onde ninguém sai ganhando. O engraçado é que quem dá as fichas é você. Sempre você. O croupier silencioso, que parece saber onde está a roda da fortuna.
E eu sou a moça que decidiu parar de jogar, com um bolo de fichas na mão. Tão certa da sua decisão como a mais volúvel das mortais, ela decide recomeçar as apostas. Sem saber onde isso vai dar. Sem saber como fará para continuar no jogo.

No fundo, seu silêncio antecipa o meu silêncio, quando a minha fala não consegue exprimir algo de muito relevante.

Um comentário:

Siguilita disse...

O meu silencio e relativo...de boca calada...gritando por dentro... o gritando pra fora sem pensar em nada...rsrs