terça-feira, 10 de março de 2009

Mãe não deveria morrer nunca...

Sei que textos sobre mães geralmente acabam sendo meio clichês e você nunca dirá algo que alguém já não disse, mas certas vezes é preciso, e necessário, que algumas verdades, mesmo sabidas, sejam ditas, escritas, registradas, para que as pessoas possam assimilar, principalmente a quem o desabafo se direciona. Então, que se dane!

Minha mãe é antes de tudo uma lutadora (não disse que não diria nada de novo?)! Não sei se no seu lugar, depois de ter passado por todas e tantas, eu estaria inteira. Guardo não só, mas principalmente, as melhores lembranças. Lembro que quando a caçula da casa chegou eu me deleitei. Sim, apesar de ter perdido o colo desfrutei de muitas noites dormindo ao som de sua voz que cantava pra minha nova irmã dormir no embalo de melodias de ninar.

Eu adormecia tão feliz quanto a que repousava sobre seus braços, embora o sono algumas vezes fosse interrompido pelos berros do bebê eu o desculpava, pois por sua causa eu ouvia novamente a voz doce das canções daquela alma tão serena a cantarolar.

Hoje vejo que o melhor de tudo quando se amadurece é ver a mãe tornando-se a melhor amiga. Foi assim comigo e lamento pelos anos que passei confabulando deixar a casa por motivos que só uma criança pode se chatear.

Aquela mulher que me escovava os pés até ficarem vermelhos depois de ter passado a tarde correndo no barro, aquela que tirava do meu ouvido, com grampos de cabelo, grãos de milho, trigo e qualquer outro objeto não identificado após passar tardes brincando na casa da avó, aquela que arrancava varinhas de pêssego e ameaçava curar a teimosia com umas boas varadas, aquela que passou por uma série de cicatrizações dolorosas, aquela que antes de tudo é uma mulher que também sofre, chora e sente saudade, é quem eu mais admiro, considero, me preocupo, e por quem derramo as minhas mais profundas lágrimas de saudade.

Descobri que minha mãe é muito mais corajosa do que parece, é muito mais forte do que se imagina, mesmo tendo uma flor no seu nome. Porém, ela também não é de ferro e mesmo sendo minha SUPER MÃE, passa por muitas e ruins nessa vida. Tudo que eu queria hoje é que ela, apesar de tudo, não desanimasse e soubesse que, mesmo não tendo feito tudo o que queria ou mesmo que não tenha escolhido outros caminhos que a tivessem levado para lugares melhores e mais felizes, o mais importante de uma mãe ela fez: ter conquistado o amor incondicional de não apenas uma, mas três filhas que a querem tão, mas tão bem que só de pensar me arde o peito.

“Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.”




ps. retroativo ao dia da Mulher, à minha mãe, pra mim, a melhor mulher!

Luiza.

5 comentários:

Camila Rufine disse...

Eu só brigo com a minha mãe. Mas sou assim com todo mundo que eu amo de verdade.

Belo texto.

;)

CamilaRufine

Mulheres de Atenas disse...

Aqueles de chorar.
Chorar junto.
A gente é dos pais, mas as mães, ah, elas sabem das coisas. Das nossas coisas.
Lindooooooo.

Elaine Crespo disse...

O meu maior medo é que a minha morra!
Acho que não vivo mais!
Perdi meu pai a três anos e até hoje não me recuperei!

O filme do vídeo é lindo! "Lado a Lado" postei no meu fotolog a algum tempo!

Como também tenho câncer acho que meus filhos devem morrer de medo como eu!

Desculpa o desabafo mais foi porque fiquei emocionada!

Um beijo
Elaine

Michele Matos disse...

Nem mãe, nem vó.

Scheyla disse...

E esse filme é cruel! Não tem como não chorar. E mãe é mais que demais.