segunda-feira, 19 de julho de 2010

Incoerência de gênero*

No intervalo do trabalho, com alguns amigos na roda do cafezinho, conversávamos sobre a festa a qual fomos juntos no último sábado. O tema principal de todos os comentários: mulheres.
- Oh, e você viu aquela loirinha, deliciosa, não era?
- Sim, que peitinhos, hein! Acho q andava sem sutiã.
- Nossa, e a moreninha com quem dancei, que cinturinha!
- Cinturinha que nada, ela tinha era uma bunda gostosa.
- Tu não percebeu como o vestido dela marcava?
- Tenho certeza que a safada andava sem calcinha.
- Na cama deve dar gostoso pra caralho.
Comentários vão e vem, insistiram para eu expor os meus:
- E você? A gente viu você conversando com aquela gatinha no balcão, o que rolou? Ficou com a mina?
- Sim ficamos. Ficamos conversando sobre músicas, filmes, livros, etc. Ah, e dançamos também.
- E aí, e aí, pegou na cinturinha, sentiu se era gostosa?
- Gostosa demais, realmente muito gostosa para dançar, curti muito.
- Ah! Qual é? Entrega o jogo... a gente viu que você saiu com ela mais cedo. Comeu, né? Conta, levou ela pro motel ou foi no carro mesmo?
- Comi, sim!. Mas foi na pizzaria, ela não tinha fome, só tomou um refri.
- Poxa cara, pelo menos ao deixa-la em casa, imagino que uns beijinhos você deu, né?
- Ah, claro! Na despedida lhe dei um beijão, no rosto, e combinamos de sair outro dia.
- Porra meu, tu é um frouxo mesmo, que classe de homem tu é, hein...

* Uma postagem à cubana: por minha total responsabilidade posto esse texto e faço dois destaques - essa é a primeira vez que uma pessoa, que não as três mulheres, escreve neste blog. Com mais entusiasmo ainda, tenho que destacar que esse texto foi escrito por um homem, de marte, talvez... Ele me mandou esse texto por e-mail. Disse que tinha escrito algo e que iria me enviar. Ele mora em outro país, onde um povo aguerrido mostrou que outro mundo pode ser possível. Ele se prepara pra voltar, em breve. Eu ainda não sei defini-lo bem, mas ele é das melhores pessoas que já conheci. Eu não sei como será na sua volta, mas a única esperança que guardo comigo é de que eu possa continuar fazendo parte, de alguma forma, da sua vida. Ele ainda não sabe que eu postei esse texto aqui, mas acho que vai perdoar a minha ousadia.

Lola, com saudade.

Um comentário:

Mulheres de Atenas disse...

Uhulll!
Um deus grego entre nós!
Eu sempre quis saber o que os homens conversavam. Até que tive a experiência de trabalhar com três na mesma sala. Às vezes eles esqueciam de mim e eu ouvia muita coisa... Enfim, minha curiosidade passou, as conversas são, na maior parte das vezes, as mesmas...
Beijos,
L.