domingo, 13 de dezembro de 2009

Under my umbrella

Depois de dias de calor, nos quais andar no sol foi, literalmente, uma tarefa árdua, as botas puderam sair do armário, pois a chuva veio em grande quantidade, quietinha e sem pedir licença.

Quando eu era criança, meu pai ligava para a minha avó uma vez por semana, pois não tínhamos telefone em casa e fazíamos as ligações do escritório. Ele me colocava na linha e ela dizia:

“Hoje choveu muito. Está coisa mais linda aqui do alto! As alfaces estão crescendo de um dia para o outro, dá até para ver as folhas dobrando de tamanho. Aqui do alto, dá para ver o festival de guarda-chuvas coloridos. Coisa mais linda!”.

Por mais que eu estivesse perto e de olhos atentos, jamais consegui ver as folhas crescendo. Lá da casa da minha avó eu não enxergava muito e sempre achei que fosse culpa da minha altura. Pensava que com o tempo, cresceria e poderia ver a maravilha do desfile de guarda-chuvas lá embaixo.

Cresci e descobri que as folhas realmente crescem mais rápido e que guarda-chuvas invadem as ruas quando chove. Aqui no andar de cima, no centro da cidade, neste dia chuvoso, descobri também que há sempre maneiras mais belas de contar o cotidiano. Embora aqui do alto possamos ver que a maioria dos guarda-chuvas é preta!

Beijos (inteiros como sugere a outra mulher de Atenas),
Terezinha

3 comentários:

Mulheres de Atenas disse...

Que história bonita. Vou comprar um guarda-chuva colorido amanhã! Hehe Os meus sete últimos foram pretos. Me convenceu.

Diangela disse...

Eu prefiro ouvir as histórias coloridas, embora os guarda-chuvas sejam escuros.

Diangela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.