segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Quase


[...]
“Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
[...]
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém..."



Das coisas da vida sempre ficam as passagens marcantes, não necessariamente por ser um fato extraordinário, mas simplesmente por serem significativas. O tempo vai passando e a gente nem se dá conta, lugar comum - eu sei, mas assim que é. Esses dias, mais uma vez, me dei conta do quão depressa gira a terra em torno do sol. Caminhando pela rua, sem pressa, comecei a lembrar quantas passagens já contabilizava na minha memória, e eram tantas...

O fato é que antes tinha-se apenas o presente e a perspectiva do futuro, agora já têm-se as histórias no passado, o presente um tanto quanto confuso e um futuro incerto. Desse futuro incerto é, sobretudo, um alento, porque sempre há o talvez, os 50% de chance de dar certo ou o oposto, contudo ele ainda existe. Mas do presente, essa forma verbal que indica que uma ação está sendo feita... ahhhh, este sim é incontrolável e sem retorno.

A partir do presente que as coisas ficam no passado, não existe tempo para pensar no que está se fazendo, o que se fez agora já não se pode fazer outra vez, o tempo de agora já levou os minutos desse instante para o passado, já deixou suas marcas, já disse o que queria, já ficou no amontoado do agora a pouco, do horas atrás, do ontem, do pretérito perfeito, do mais que perfeito, ou então do imperfeito, afinal.

É esse presente que deixa a gente confuso, sempre na encruzilhada, sempre nas escolhas, sempre na expectativa de construir um futuro melhor do que o ontem, melhor do que o agora, melhor do que o hoje que já vai passando. Neste presente é que se luta diariamente para seguir um pouco diferente, fazer um pouco melhor do que aquele sol que já se pôs, na tentativa de não ter ficado tão aquém do que se quis. É dele que se tem medo, mas é preciso enfrentá-lo para seguir em frente, apesar de tudo.

Luiza.

domingo, 16 de agosto de 2009

SDP - Síndrome do Diagnóstico Permanente

Tudo bem que todo mundo é um catálogo de síndromes, para todos os gostos. Tem os hipocondríacos, os com mania de perseguição, bulímicos, os obsessivos, os compulsivos. Ultimamente olho para as pessoas e torna-se inevitável não escaneá-las por inteiro até detectar as síndromes, os transtornos, enfim, o que faz de cada ser uma neurose ambulante.
Coisa chata, só eu sei. Mas o que é estranho é que o normal mesmo é o raio-X próprio. Costumo diagnosticar apenas as minhas paranoias, todas as neuras e os defeitos presentes em um relatório dissertativo explicativo sobre essa que vos fala. Não vou citá-las aqui, daria um tratado.
Elas costumam vir à tona quando estou enrolada em algum relacionamento ou prestes a. E nesse quesito, vá lá, devo admitir. É comum eu sómefoderbrasil. E eu não sou aquele modelo de mulher bem resolvida. Aquela que parece dizer com o olhar: olha só, meu bem, dane-se você. Esse tipo de coisa que deixa o homem maluco.
Mas não é só isso. Essa aqui reflete com todos os poros do corpo o que faz dela um ser indigno do outro, daquele trabalho, daquela vaga no mestrado. E a “culpa”, concluía, era sempre das paranoias, dos medos, das atitudes erradas, de tudo aquilo que eu fiz e virou motivo de arrependimento, porque, porque, porque sei lá por que com isso espantei o desgraçado, o possível chefe, a chance certeira.
E olhando assim, depois de um tempo, com aquela distância de segurança que Deus nos dá, e, principalmente, com algo bacana rolando e dando certo, vejo que meu (meu e de milhões de garotas não tão bem-resolvidas) erro foi sempre olhar primeiro para mim mesma, colocar a culpa do mundo nas minhas costas, porque, bem porque isso condiz bem com meu espírito vitimizador, existindo ou não essa palavra.
Quando se trata de relacionamentos, a gente enxerga que o outro, poxa, o outro é que tem medo, paranoia, transtorno. E aquilo que a gente lutava tanto para dar certo nem servia tanto assim para a gente.
Na verdade era o outro que se deixava levar pelos receios, de um jeito meio incompreensível e até meio babaca. E o segredo, no fundo, é não agir como terapeuta de nós mesmas. A gente perde um bom tempo com isso, não é remunerada para tal e no fundo, no fundo, descobre que uma saia curta e uma noite na gandaia dá bem mais resultado.

domingo, 2 de agosto de 2009

De saco cheio

Se eu conseguisse fazer com que o meu computador fizesse o que eu quero que ele faça, meu mundo seria muito melhor, ou, no mínimo, menos estressante.

Tere