sábado, 27 de junho de 2009

See ya!

Algumas pessoas existem tanto, que eu tinha a impressão de que não eram reais e por isso não morriam! Mas Michael Jackson morreu. Deve ser mais ou menos o que a geração que veio antes de nós pensava de Chacrinha ou Elvis! Eu não era fã, mas é estranho não parar para pensar.

Terezinha

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mais audiência

Raj e Maia vão apresentar o Jornal Nacional. Eles dão mais audiência que William e Fátima. Ainda bem que estes dois diplomados já têm uma poupança bem gorda para bancar seus trigêmeos! Agora que não precisam mais de pessoas graduadas para exercer a função de jornalista, a Globo tornará o jornal mais atraente ao público.
Ouvi boatos que a previsão do tempo passará por uma grande reformulação. Ainda estão decidindo se Carla Peres, Sheila Carvalho ou a Mulher Melancia fará a apresentação. Haverá também o garoto do tempo. Eu, particularmente, voto num dos galãs da novela das oito, mas como o mundo está sofrendo drasticamente com mudanças climáticas, devem optar por algo mais agressivo. Dizem que pensam em Alexandre Frota, mas ainda não há nada oficial sobre o assunto.
Quando estiver calor, os apresentadores do tempo estarão bem vestidos e irão se despir gradualmente, a cada informação dada. Nos dias de frio será o contrário, ambos entrarão ao natural, trêmulos de frio. E no final, quando chegarem as temperaturas mínimas e máximas, já estarão bem agasalhados.
O repórter de economia será o dono da padaria que fica pertinho do Projac. Ele começou vendendo empadas sem azeitona na rua, tão precária era sua situação. Foi um ótimo administrador e já tem outras três filiais.
A gerência esportiva ficara por conta de Galvão Bueno e isso dispensa comentários. A Glenda vai voltar a surfar para ganhar a vida e o Tino Marcos vai fazer poemas noutra freguesia, qualquer lugar onde topem pagar um salário de jornalista diplomado para suas matérias sentimentalistas.

Rio ao pensar que uma vez deixei um emprego por medo de perder meu registro no Ministério do Trabalho devido à falta de ética dos outros profissionais que trabalhavam lá!

Se já éramos prostituídos, meu bem, agora fodeu tudo de vez!

Os médicos que se cuidem! As curandeiras já estão se organizando em parceria com as benzedeiras para acabarem com a faculdade de medicina. E eu confio nelas, mas que isso fique só entre nós! Sempre que vou, elas costuram minha dor e volto para casa novinha em folha!

Brincadeiras à parte, fico imaginando como será o jornalismo daqui a algum tempo. Se com profissionais formados muitos jornais já estão à mercê de alguns políticos, como será quando aqueles que jamais passaram por uma discussão técnica, filosófica e antropológica acerca da profissão assumirem o comando? Como será o jornalismo no próximo ano eleitoral?

A minha esperança é que dentro de alguns anos a sociedade perceba o prejuízo de não valorizar a formação dos profissionais da imprensa.

Não sei o que dirão Luiza e Rosa...

Um abraço,
Terezinha

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Quando se é criança

Sempre quando começo um texto acho que o assunto é piegas, tantos já foram os que escreveram sobre tudo, que qualquer coisa que se vá dizer parece cair na cópia e imitação. Mas tudo bem, quem sabe um dia se invente uma fórmula mágica de genialidade e pronto, só beber a poção e virar um gênio da escrivinhança. (Enquanto isso segue a confusão de alhos com bugalhos).

A idéia de atingir o inatingível é comum na infância. Quando se é criança sempre há a impressão de que a gente pode vir a ser tudo o que a imaginação permitir, e lá se vão sonhos em virar astronauta, jogador de futebol, atriz de cinema, paquita (90´s), salva-guarda de animaizinhos indefesos e qualquer outra coisa mirabolante.

Na minha, sempre fui uma aluada. Até não sei por que não acabaram me dando o apelido de “da lua”, como tantos outros receberam. Na verdade, acho que sei o porque: sempre deixei tudo muito escondido, só no pensamento. Vontades e desejos eram o que dominavam as minhas invenções. Lá pelos seis, sete, tudo o que eu mais queria na vida era obter uma espécie de placar eletrônico na testa de cada pessoa, só pra saber o que ela pensava sobre os mais variados temas.

Mas isso não veio à toa, a idéia surgiu durante a mais arrebatadora paixão platônica que tive na infância. Queria tanto saber de quem gostava o menino que eu gostava, que ficava imaginando como seria bom ter aquela tela bem no meio da testa do coitado. Mas não conheci nenhum Einstein a tempo de me ajudar na laboriosa invenção.

Contudo, isso não me impediu de fazer as mais românticas e loucas viagens ao lado do tal menino. Eu ia com ele dar uma volta na Ferrari do amigo do Ferris Bueller, em “Curtindo a vida adoidado”; ficava na praia escrevendo o seu nome na areia, ao som da “Quatro semanas de amor”, do Lairton; inventava casinhas em miniatura na nossa vida a dois; ia para tantos lugares que chegava cansada no outro dia de aula. Mas revelar meu segredo, NUNCA.

Quando se é criança tudo fica loucamente fácil. “Pai, me faz um cheque aí pra comprar minha Caloy”, - ignorando o fato da necessidade de ter dinheiro no banco para pagar a dita cuja – e o que ganhava era uma Monareta reformada. Além do par do príncipe encantado, já quis ser daquelas bailarinas que patinam no gelo, jogadora de volei, decoradora e geófrafa. Por último sonhei em descobrir lugares, ser cidadã do mundo. Virei jornalista (?), que trabalha numa assessoria de imprensa e que pode, enfim, queimar seu diploma.

Acho que ainda preferiria ser a tresloucada da infância – que exemplo!!!

Ass. Louquiza.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

In The Mood For Love

“É um momento de inquietação. Ela mantém a cabeça baixa para que ele se aproxime mais. Mas ele não é capaz, por falta de coragem. Ela se volta e se afasta.”

“Ele se recorda desses anos perdidos. Como se olhasse através de uma janela empoeirada. O passado é algo que ele pode ver, mas não tocar. E tudo o que vê agora está turvo e mal definido.”

“- Só tinha curiosidade em saber como tinha começado. Agora já sei... Os sentimentos podem crescer de repente.”



Mais! - http://www.contracampo.com.br/criticas/inthemoodforlove.htm

O que se é.
Luíza.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Discurso impotente

Quando cai um avião, cai também o nível da cobertura jornalística brasileira. Acho triste e me solidarizo com passageiros e familiares. Porém, é nestes momentos que vejo como o jornalismo brasileiro é elitista e peca na cobertura de certas áreas.
Todos os meses, apenas no Brasil, dezenas de pessoas morrem diariamente em acidentes de trânsito. Voar é muito mais seguro do que andar de carro e estatísticas que comprovam isso não são novas. Entretanto, problemas que atingem muito mais a sociedade brasileira, recebem menos atenção. Chego a pensar que é proporcional: quanto mais importante é para o cidadão comum, menos relevante é para a mídia.
Em poucas ocasiões, reportagens especiais mostram a realidade das estradas. Exploram-se os personagens e algumas promessas de melhorias são conseguidas. Em pouco tempo, os repórteres viram as costas e anos depois voltam com aquele ar de satisfação para mostrar que nada mudou, que o buraco continua no mesmo lugar.
Quando um grupo de resistência mata civis noutros países, a mídia cobre como se a morte de dezenas de pessoas diariamente com a violência brasileira não fosse tão incidente e até banal. É claro que a dor é para todos os homens e todos sofrem a morte de forma igual. Contudo, para a mídia, a morte de uns parece ser mais pesada que a morte de outros.
Lembro-me de um acidente que por pouco não vi acontecer. Fui uma das primeiras a parar, o socorro ainda não havia chegado. Cinco pessoas de uma mesma família morreram. O acidente rendeu poucas linhas nas colunas policiais locais. Naquele lugar, em dia de chuva, a água continua a se acumular. Ninguém mais se importou. Quando morreram meus amigos, foram três, dois eram irmãos. A vida de uma família inteira se modificou. Nenhum deles ia a Paris, voltavam para casa.
No Rio de Janeiro, logo depois de assumir o governo, a nova administração criou a Secretaria de Ordem Pública, que com o projeto Choque de Ordem está retirando ambulantes e camelôs das ruas. O que eles querem? Que quem recebe 500 reais por mês pague 20% de impostos, mais contador?
Esse discurso é antigo e sinto-me no primeiro ano de faculdade, quando demonizávamos com orgulho a Globo. É um discurso impotente, mero desabafo. O mais triste de tudo isso é ver que algumas coisas nunca mudam.

Com o coração de estudante (esperançoso e enraivecido),
Terezinha