domingo, 31 de agosto de 2008

Coisas de mulher (e não só.. )

Há algum tempo venho pensando sobre algumas coisas em relação a nós, mulheres. Não só as de Atenas, digo no geral, no gênero feminino. E me pergunto, puta que o pariu, porque tem que ser tão difícil essa vida de mulher? E não é mais uma “ladainha feminista?”, não! Falo sério! É em tudo, desde relações sociais, já ancoradas no machismo e blá blá blá, isso já vem mudando há muito tempo, mas num ponto ainda saímos perdendo..

Mulher é emotiva, sentimental, preocupada com tudo e todos. Mulher é uma máquina extremamente complexa, que depende de uma engenhosa engrenagem pra funcionar – permitindo-me a metáfora. Enfim, não é fácil ser do sexo feminino!

E aí, em busca de algumas explicações, e dialogando com algumas pessoas que sabem muito mais do que a simples Carolina, cheguei a algumas constatações (obviamente que nenhuma descoberta), que me fizeram e me fazem a olhar as coisas de formas um pouco mais relaxadas, digamos assim.

O que nos diferencia dos homens? De forma escancaradamente simplificada... o sexo, é claro. Sim, o órgão feminino e o masculino. Aí começa a diferença de tudo: para o homem é tudo pra fora e para a mulher é tudo pra dentro, you know?!

Simmmm!! Por que dizem que pra mulher é tudo mais complicado? Nós dizemos, os homens dizem... Mas, quer saber?? Tudo é mais complicado mesmo, mas não por nossa culpa, pela própria anatomia humana. Querem ver?

Então, em relação a descoberta da sexualidade, ao início da vida sexual, ao sexo, ao prazer. Pro homem é muito mais simples, pois ele já nasce com a sua genitália exposta, ele convive com ela o tempo inteiro, tem que pegar pra fazer xixi, na hora de coçar, a todo o momento isso ta muito visível pra ele, praticamente na mão – sem trocadilhos.

Ahhh!! Mas pra mulher não, as coisas são mais escondidas, não precisamos conviver com a nossa genitália, enquanto crianças e até uma certa idade ela praticamente não existe, a não ser pelo fato de que usamos pra fazer xixi, mas até aí o contato é indireto, a secamos com a intermediação de um papel. Entendem?!

Por isso a demora da mulher se descobrir mulher, da dificuldade das mulheres acharem o seu prazer nas relações, e tudo o mais. Tudo é mais velado, e sorte das mais ousadas que não se reprimem e partem para a descoberta, e o azar das outras reside no fato de se nascer mulher e por algum motivo, ou outro, demorar a se descobrir e muitas vezes não se descobrir nunca. Quem nunca ouviu a história da vovó que só serviu para a ‘procriação’?

Sei que esse assunto é muito mais complexo do que certas toscas constatações, mas garanto que as mulheres sabem muito bem o que isso significa. Depois de tudo tive pensando que uma nova disciplina deveria entrar para o currículo de todos, sem exceção, meninos e meninas, desde cedo, é a educação sexual. Não só o fato de aprender a colocar a camisinha na banana, mas a lidar com a sexualidade não como algo pavoroso, mas que faz parte da vivencia humana, pra quando chegar na vida adulta ter tudo mais claro e resolvido.

Foi-se a época em que o prazer era negado pela igreja, e muito menos vivemos em tribos africanas que as mulheres tem o seu clitóris cortado de seu corpo. O ser humano é o único ser dotado de mecanismos que podem levar ao prazer, no ato sexual, porque então negar isso, tem que mais é se conhecer, mulheres não deixemos que a anatomia nos prejudique ainda mais.. por favor!!

Bem, mas depois de tudo onde eu quis chegar?! Well, no fato de que somos mais encucadas que os homens, e somos mesmo, quer saber?! Mas tudo isso acima é o que nos forma, então, entendam – homens – pra gente é mais difícil mesmo, mas nem por isso nos faz coitadinhas... O negócio é ter claro algumas coisas – e isso é uma delas – e tentar levar da melhor forma possível. Conhecimento é chave de tudo – o meu e o seu.

ps. Praticamente o Jairo Bauer falando.. hahahahaha

mas tudo bem.. vcs me entenderam, né.. ou não!?

bjs e
até,

Carolina.

domingo, 17 de agosto de 2008

Lutando por um chocolate

Furei a fila de novo para mostrar aquele tipo de coisa inútil mas que nos chamam a atenção por algum motivo... Recebi de um amigo este questionáriozinho e em vez de mandar para todo mundo, resolvi colocar aqui. Este é o tipo de coisa boba que nos faz pensar para onde estamos indo. Quase um epitáfio...
Parece idiota, mas sofri para responder!
Então, fique à vontade e saiba um pouco mais sobre a Helena.... e se quiser falar de você, responda também!

Eu quero: amor (em vários sentidos: amor de namorado, amor pela profissão, amor pela vida etc e tal)
Eu tenho: um diário que só eu leio
Eu acho: que as coisas só acontecem comigo
Eu odeio: a solidão
Eu sinto: saudades
Eu escuto: Nando Reis, Marisa Monte e O Teatro Mágico - e hoje tem uma rã coachando perto da minha janela
Eu cheiro: a um perfume que foi feito especialmente para mim (chique né?)
Eu imploro: que um dia eu tenha dinheiro suficiente para morar em Nova Iorque
Eu procuro: um namorado (huahuahua alguém se habilita?)
Eu arrependo-me: de não tê-lo beijado naquele dia, naquela foto
Eu amo: andar de bicicleta, sem rumo e ouvindo O Teatro
Eu sinto dor: quando eu vejo os sonhos morrerem (como quando vi o Diego Hypólito caindo e chorando)
Eu sinto a falta de: dinheiro
Eu me importo: com este mundo maluco em que vivemos
Eu sempre: choro antes de dormir
Eu não fico: satisfeita com menos do que eu esperava
Eu acredito: em Deus (com todas aquelas dúvidas que você sabe)
Eu danço: qualquer coisa se estiver com um 'pé-de-valsa' bem disposto a ser pisoteado (com ou sem hifen?)
Eu canto: quando estou dirigindo sozinha
Eu choro: (quase) sempre que sinto vontade
Eu falho: todos os dias
Eu luto: por um chocolate
Eu escrevo: diariamente (e às vezes secretamente) sobre minhas amarguras, alegrias, angústias e silêncios
Eu ganho: pouco
Eu perco: o amigo, mas não perco a piada (chavão, eu sei!)
Eu confundo-me: com as pessoas
Eu estou: magoada
Eu fico feliz quando: estou rindo com as pessoas que gosto
Eu tenho esperança: de ser uma profissional bem sucedida
Eu preciso: de dinheiro
Eu deveria: fazer dieta
Eu leio: menos do que gostaria
Eu sou: sincera
Eu faço: um macarrão como ninguém!
Eu vivo porque: tenho esperança no futuro
Eu tenho medo de: falhar
Eu desejo: uma certa pessoa

E eu poderia aumentar, mas sei que você não teria a paciência de saber mais sobre mim...
Mas, para finalizar:
Eu espero que: você tenha gostado e refletido sobre o que nós somos e para onde vamos...

Um abraço da azeda, mas nem tanto,
Helena

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Fulana de tal, no mundo real...


"Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa." Fernando Pessoa

Desde pequena Carolina pensava como seria sua vida adulta, podem me dizer que isso é comum entre todas as pessoas, mas, por outro lado, posso dizer que ela sonhava demais, e demasiadamente sonhando levava seus pensamentos às alturas. Imaginava o par perfeito, no lugar e no tempo exato - e de quebra com a trilha sonora que tocava na única rádio da cidade vizinha, considerando ser a perfeita.

Sonhava com o emprego em que seria reconhecida como grande profissional. Sendo grande profissional imaginava a casa modesta, não era de luxo. Modesta, mas só dela. Sim, adorava pensar que seria independente como certas mulheres que via em filmes ou novelas baratas.
Algumas vezes, Carolina se pegava aos prantos na janela olhando o infinito e escutando aquela música – aquela perfeita da rádio – e o momento em que estaria descendo uma escada e pulando nos braços daquele menino por quem escondia paixão platônica, como de costume.

Seu sonho sempre foi ver colado na testa das pessoas uma plaquinha, tipo um letreiro eletrônico, onde constaria o que cada pessoa achava sobre a menina Carolina. Cada detalhe, cada adjetivo. Para os de fora, percepção óbvia do que viria a ser sua extrema preocupação pelo que os outros pensavam dela – pobre criatura.

Um dia Carolina leu em qualquer canto que as pessoas que sonhavam demais eram medíocres, pois não viam na sua própria volta o que as cercava e que poderia ser tão bom quanto os sonhos. Mas aí já era tarde, Carolina sonhava, e depois de cada sonho vinha a frustração de não realiza-lo, ou pior, de achar que poderia fazê-lo sempre de forma diferente com aquilo que acontecia.

Mas não era culpa dela, afinal, quem ensinou Carolina a viver sonhando e perder a vida nos sonhos? Naquela altura ela não sabia mais, estava envolta em coisas que não tinha se dado conta que havia feito, e nem até onde tinha chegado, porque ela nunca esteve lá... e nem cá. Ela era apenas mais uma fulana de tal, perdida no mundo real. Era aquela Carolina que continuava esperando na janela.


Ps. Depois de longo período distante,

Carolina, como sempre, a do Chico.